Lyonel Lucini: Disciplina, Rigor y Pasión

“O cineclube para funcionar, ou para sua criação, necessita de um elemento fundamental, quase único, mítico possivelmente, em extinção entre os humanos: A PAIXÃO. Neste caso, no nosso caso, a paixão pela vida e pela magia esta entendida como levitação do real: voar sem sair do lugar.”

Leonel Luchini


Lucini Lucyni é o personagem central em “Disciplina, Rigor y Pasión”

Em dezembro de 2004, o cineclubista/cineasta e professor da UNB, Lyonel Lucini participou de dois importantes eventos o 1° Encontro Ibero-americano de Cineclubes – realizado em Rio Claro, Sp – e  25ª Jornada Nacional de Cineclubes na qual foi um dos homenageados. Dirigido pelo cineclubista mexicano Augustin Martinez, “Disciplina, Rigor y Pasión” registra o pensamento de Lucini sobre o cinema e o cineclubismo. E ainda hoje é exibido por cineclubes do mundo inteiro em cursos de formação e em debates sobre o papel dos cineclubes e dos cineclubistas no contexto social e da militância pela democratização da cultura, das comunicações e do audiovisual.

João Baptista Pimentel Neto*

Lucini dedicou-se a projetos como Cinema na Praça, em Santa Maria, Recanto das Emas e Gama. Presidiu a Associação Brasileira de Documentaristas e participou ativamente do processo de reorganização do cineclubismo brasileiro, enquanto dirigente e militante do CECIBRA – Centro de Estudos Cineclubistas de Brasília, do qual foi um dos fundadores.

Objetivo, cirúrgico e apaixonado. seus pensamentos críticos sobre a atividade cineclubista podem ser resumidas em algumas poucas frases:

“O cineclube para funcionar, ou para sua criação, necessita de um elemento fundamental, quase único, mítico possivelmente, em extinção entre os humanos: A PAIXÃO. Neste caso, no nosso caso, a paixão pela vida e pela magia esta entendida como levitação do real: voar sem sair do lugar.“

O privilégio de ter o cinema como a forma mais acurada e coerente para refletir a vida, nos leva à necessidade imperiosa de desejar compartilhá-lo, de degustar comunitariamente, como num rito sacro, iniciático, a grandeza luminosa de um caminho que não tem fim. É isso que nos emociona ao penetrar num universo sem limites, aberto – e Artaud dizia que a vida é a imitação de alguma coisa essencial, com a qual a arte nos põe em contato – Então, paixão, cinema e magia formam o tripé onde se apóia o cineclube. E mais o desejo de dividi-lo, de comparti-lo (como o pão, simbólico) com todos, e não somente com os que podem ir ao shopping.”

Sua produção foi permeada por temas ambientais, como em Antártida (1983), Babaçu (1994) e Eu sou o cerrado (2001).Filmografia como diretor

Eu Sou o Cerrado, 2001

Documentário dramático, porque é esta situação que se encontra o Cerrado, apesar do reconhecimento mundial como Patrimônio Natural da Humanidade O Cerrado agoniza e ninguém percebe, embalados que estamos pelo doce (?) canto da globalização. Realizado em 35mm com 7 minutos de duração.

Babaçu, 1994

Documentário em 16 mm, de características etnográficas, mostra como as comunidades maranhenses que moram no babaçal fazem o aproveitamento integral da palmeira.

Antártida, 1983

Com 45 min de duração este é o único documentário realizado sobre a primeira expedição brasileira à Antartida, em janeiro de 1983, revela, quase sem palavras, a riqueza da vida animal ali presente e a impressionante beleza das geleiras, baías, ilhas, mares e penínsulas de um continente ainda desconhecido, que é patrimônio comum da humanidade.

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